19 - Aspectos eletrocardiográficos do reflexo
oculocardiaco, Arq. Bras Cardiol, 1948;1:307-21
Inéditos aspectos na literatura nacional.
Resumo e conclusões:
O autor faz um estudo eletrocardiográfico dos fenômenos desenvolvidos durante o reflexo oculocardiaco, praticado em 50 pacientes com ritmo sinusal, dos quais 34 eram cardíacos e 10 pacientes normais do ponto de vista cardiovascular. Entre os primeiros, 22 apresentavam sinais de insuficiência cardíaca. Reúne num quadro sinótico (quadro 2) todas as alterações eletrocardiográficas registradas e apresenta 15 eletrocardiogramas que mostram os fenômenos mais interessantes entre os provocados pelo ROC. Registra, a título de conclusões, as seguintes impressões:
1. O reflexo oculocardiaco é manobra de estimulação vagal inócua, quando praticada em decúbito;
2. O reflexo oculocardiaco tem ação frenadora sobre o coração, especialmente sobre o nó sinusal;
3. A ação inibidora transitória sobre o nó sinusal propicia o aparecimentos de escapes auriculares, nodais AV e ventriculares ou, mesmo do ritmo nodal AV;
4. Os escapes ventriculares surgem quando os centros primário, secundário e terciário auricular estão inibidos;
5. O aparecimento de extrasistoles auriculares, nodais AV ou ventriculares é condicionado pela rotura do bloqueio de saída que delimita todo centro ectópico de atividade latente;
6. O reflexo oculocardiaco tem, sobre o nó AV, uma ação habitualmente depressora; no entanto, registramos a diminuição do intervalo PR, como conseqüência da redução da freqüência sinusal e melhoria da tolerância fisiológica do nó AV;
7. A diminuição da amplitude da onda P, provavelmente, evidencia a ação vagal depressora sobre o miocárdio auricular e deve ser computada na interpretação da onda P de baixa voltagem;
8. O alargamento do complexo QRS conseqüente à compressão dos globos oculares parece servir como demonstração de que também o sistema de condução His-Tawara está subordinado à ação do vago;
9. O reflexo oculocardiaco é manobra que serve para a avaliação do tônus da excitabilidade vagal e as alterações eletrocardiográficas produzidas não parecem ter significado patológico definido.