58 - Bloqueio de ramo dependente de bradicardia, Arq Bras Cardiol, 1971;24:15-20. Mesquita, QHde, Reis, JP, Kerbrie, SV, Mari, SM, Baptista, CAS, Maciel, LRG

Inéditos aspectos na literatura nacional.

Resumo:

Os autores apresentam 3 casos de bloqueio de ramo instável relacionado diretamente com diástole prolongada, em dois portadores de enfarte miocárdico agudo e um portador de cardiopatia aterosclerótica crônica com fibrilação atrial.

No primeiro caso, bloqueio AV parcial com condução AV 1:1 (PR longo) e de falhas ventriculares do tipo 2:1, há uma constante relação entre a duração do complexo QRS e a duração da distância R-R, apresentando-se o complexo QRS com duração normal nas fases mais rápidas de R-R (condução AV 1:1) e de bloqueio de ramo nas fases mais lentas de R-R (condução AV 2:1). Na transição do bloqueio AV 2:1 para a condução AV 1:1 e vice-versa, registram-se respectivamente os fenômenos de encurtamento gradual e de alargamento progressivo do complexo QRS, identificados como fenômenos de Wenckebach invertido e clássico. 

No segundo caso, o fenômeno de bloqueio de ramo dependente de bradicardia está bem caracterizado.

No terceiro caso, o fenômeno de bloqueio de ramo dependente de bradicardia ocorre na presença de fibrilação atrial; há elementos suficientes para o diagnóstico diferencial com escape ventricular, contrariando assim o conceito 2 de Massumi.

O bloqueio de ramo dependente de bradicardia parece decorrer da despolarização de células automáticas durante a fase de repolarização (fase 4), condicionando perturbação de condução intraventricular frente ao estímulo seguinte conduzido pela via AV normal, da maior ou menor extensão dessa despolarização automática dependerá a duração do complexo QRS, de simples perturbação de condução até o bloqueio de ramo completo; explicando-se assim a ocorrência de fenômeno de Wenckebach no ramo comprometido.

 

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