Instituto de Combate ao Enfarte do Miocárdio
Infarto ou Enfarte do Miocárdio?
Terminologia
Os termos enfarte e infarto tem sido empregados de forma alternativa para designar a necrose ocorrida em conseqüência da supressão de circulação de uma área vascular, e derivados do latim infarctus, que originalmente significava inchaço ou edema de alguma parte do corpo.
O uso da palavra infarto é mais comum no sul do país, com os cardiologistas e outros especialistas procurando adotá-lo oficialmente para a indexação de artigos de revistas científicas, livros e outros tipos de materiais e pesquisas.
Enquanto isso o termo enfarte é o mais usado em outras regiões do Brasil e, de forma quase exclusiva, em Portugal, onde a Associação Portuguesa de Documentação e Informação de Saúde (APDIS) determina a transposição do termo infarto para enfarte, salvaguardando assim as diferenças de terminologia usadas em Portugal e no Brasil.
No Vocabulário da Academia Brasileira de Letras, foi adotado apenas o termo enfarte, não consignando desta forma a palavra infarto, para essa designação.
Na 3ª edição (1960) do Dicionário Escolar da Língua Portuguesa, editado pelo Ministério da Educação e Cultura, contando com a participação de professores da Universidade de São Paulo, foi dada prevalência ao termo enfarte com o mesmo significado de infarto, não havendo, entretanto, destaque ao último. Posteriormente, este dicionário, na 11ª edição (1980), inverteu sua posição e passou a dar prevalência ao termo infarto para designar a área hemorrágica ou necrótica por falta de circulação.
Os dicionários Houaiss e Aurélio registram ainda o termo enfarto com o mesmo significado de infarto e enfarte. O verbo infartar foi adotado no Houaiss enquanto enfartar foi consignado no Aurélio, com o significado de sofrer um enfarte.
Em Portugal, nos dicionários da Porto Ferreira e da Academia de Ciências de Lisboa, não existem os termos enfartar ou infartar.
A palavra infarte representa uma grafia incorreta de infarto ou enfarte.
Nosso Instituto, como entidade informativa, privilegia o uso do termo enfarte visando ao entendimento, dentro de uma base de designação comum, no Brasil, em Portugal e demais países de língua portuguesa.
Enfartante: um novo estágio, um novo termo!
À partir de 1972, com o desenvolvimento da Teoria Miogênica do Enfarte do Miocárdio por Quintiliano H. de Mesquita, um novo termo veio se juntar aos demais nessa qualificação pois, segundo esse médico e pesquisador, no quadro clínico habitualmente denominado como enfartado agudo, a terapêutica cardiotônica, baseada em sua teoria e prática médica, indicou que se passasse a denominá-lo como Quadro Clínico Enfartante – ou evolvente para o enfarte – uma vez que ele poderia ser evitado, sustado ou, pelo menos atenuado (Livro: Teoria Miogênica do Enfarte Miocárdico).
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