Instituto de Combate ao Enfarte do Miocárdio
Remédio anti-infarto é
ignorado pela mídia*
O website do Instituto de Combate ao
Enfarte do Miocárdio publica o artigo “Chamada
para a Ação”, onde reclama que a imprensa em geral tem procurado
ignorar a terapêutica através de cardiotônicos, fazendo com que estes
remédios anti-infarto sejam uma opção desconhecida pelos pacientes
coronários na prevenção ou no tratamento da fase aguda de sua doença.
Certamente, o abandono quase completo na cardiologia do princípio médico
de “Primeiro não Agredir”, somado a entrada de sofisticadas tecnologias
nesta área, levou a grandes custos (e largos lucros) para médicos e
hospitais. Por estes motivos os pacientes coronários precisam estar sempre
atentos e espertos na defesa de seu coração.
De fato, basta olhar para o enorme número de procedimentos
intervencionistas praticados nos EUA em pacientes coronários, tais como
angiografias (2.000.000 ao ano), angioplastias (1.000.000 ao ano) e
cirurgias de ponte de safena (500.000 ao ano), totalizando um faturamento
anual superior a 50 bilhões de dólares, a maioria deles com pouco ou
nenhum sintoma. Isto apesar de que trabalhos científicos venham
demonstrando há tempos que estes procedimentos não evitam o enfarte ou o
óbito prematuro dos pacientes. O Brasil se orgulha de ser o 2º país, após
os EUA, na prática destes procedimentos.
Para se ter uma idéia comparativa em termos de faturamento, a indústria
farmacêutica nos EUA tem um faturamento anual de 100.000 bilhões de
dólares, a indústria do fumo de cerca de 50 bilhões e o faturamento
interno anual da indústria de armas é inferior ao total dos procedimentos
intervencionistas listados acima.
Infelizmente, o ganho do médico e da instituição onde trabalha são tão
grandes que acabam distorcendo a forma como a cardiologia é praticada,
fazendo muitas vezes com que o médico se torne mais um vendedor empurrando
o último procedimento tecnológico, do que um humanitário cujo propósito
principal deveria ser guiar o paciente e tratar de sua doença.
Além disso tornou-se bastante difícil para os pacientes conseguirem uma
segunda opinião não comprometida pois, freqüentemente, os outros médicos
consultados rezam na mesma cartilha do primeiro médico.
Realmente, o cardiotônico representa uma ameaça mortal para a cardiologia
intervencionista fazendo que aconteça uma grande resistência e hostilidade
ao seu uso, procurando-se desacreditá-lo, negá-lo, desencorajá-lo e
anulá-lo a todo o custo, a despeito de bons resultados existentes, e
preferivelmente sem mais testes que poderiam jogar novas luzes sobre o
tema.
Isto não quer dizer que todos os cardiologistas e cirurgiões do coração
façam conscientemente parte da conspiração para manter longe de seus
pacientes coronários, a informação correta sobre a terapêutica
cardiotônica anti-infarto. Eles não são isentos do risco de morrer de
doença cardíaca e por isso procuram se proteger, usando seu conhecimento
em causa própria e, quase todos quando acometidos por ela, tratam-se
clinicamente - sendo que, muito provavelmente, alguns deles usem
cardiotônicos. Também, de forma silenciosa e sem admissão pública, muitos
usam o cardiotônico no tratamento de seus pacientes coronários.
Mas, não se pode negar que foi formado um clima de preconceito e de
boicote na cardiologia quanto ao uso do cardiotônico para a prevenção e
tratamento do infarto, com a verdade científica sendo sacrificada por
interesses próprios ou corporativos, preservando-se assim o status quo.
As entidades médicas que congregam os cardiologistas, por desconsiderarem
e silenciarem sobre a opção terapêutica através de cardiotônicos como
remédios anti-infarto, coloca-as na prática sem condições de fornecer uma
opinião isenta sobre o assunto, sendo as principais culpadas pela
ignorância atual da mídia que, de outro lado, deixou-se levar pela
magnificência da tecnologia médica moderna.
Carlos Monteiro
* Publicado no
Centro de Mídia Independente,
em 18/07/2001
Seção Denúncias
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