Instituto de Combate ao Enfarte do Miocárdio
Livro: Como Escapar da Ponte de Safena e do Enfarte do Miocárdio Só Com Remédio
Autor: Quintiliano H. de Mesquita, Cardiologista
Prefácio O presente livro é uma mensagem dotada de ensinamentos práticos para o coronário situar-se diante de sua problemática, marcada por desinformação, insegurança e falsos caminhos do modismo dominante – ponte de safena e anastomose de artéria mamária – praticado na base de falsas promessas e injustificada tendência a se desprezar o que a Natureza desenvolve e oferece como autodefesa e alternativa efetiva de socorro à prolongada sobrevida, com recursos próprios que devem ser complementados pela terapêutica racional.
A mensagem é de otimismo e confiança e de verdadeira sustentação ao moral do coronário, calcada numa máxima expressiva em Medicina do que dá certo e resolve; sem sofrimento, vida normal, produtiva e sábia administração dos próprios parâmetros físicos.
Uma mensagem especialmente dirigida à mente do coronário porque no seu tratamento a “cabeça fria e bem informada” é o objetivo maior e mais difícil de se alcançar do que tratar o seu coração, complementando efetivamente o que a Natureza faz com perfeição e deve ser respeitada e não contrariada pelo homem.
É um depoimento sobre a nossa convivência de médico com o paciente durante cinco décadas, em busca permanente da melhor terapêutica e dos fundamentos da verdadeira patologia; aceitando tudo aquilo que representasse real benefício e conforto ao coronário e recusando sempre a experimentação no homem com métodos terapêuticos de clínica ou cirurgia, fosse qual fosse a posição da ortodoxia, representada em muitas ocasiões por lideranças despreparadas e freqüentemente envolvidas por infundados preconceitos e falsas verdades como dogmas.
O depoimento sobre fatos de percurso de uma trajetória procurando a verdade e chegando a uma teoria que, partindo de uma hipótese, foi logo comprovada pela solução terapêutica de uma condição clínica – angina instável – que, durante três décadas frustrara todas as tentativas médicas em prol da prevenção do enfarte do miocárdio e da sobrevivência do coronário. Como conseqüência, a convicção garantiu o prosseguimento da prática terapêutica eficaz, filosoficamente diferente, embora contrariando a tudo e a todos, situava-se ao lado dos bons ofícios da Natureza, rejeitava assim os caminhos ortodoxos: corrigir os aspectos patológicos da rede arterial coronária: assumindo o caminho oposto qual seja o de cuidar da doença miocárdica secundária com medicamentos eficazes, como garantia e complementação às medidas revascularizantes levadas a efeito pela Natureza.
A priori, em 1972, imaginávamos o que iría acontecer, cuidando-se do novo enfoque que a patologia e a terapêutica nos pareciam oferecer; posteriormente, em 1989, chegamos à evidencia insofismável da verdade comprovada através dos resultados alcançados durante todo o trajeto.
O médico deve ter a sensibilidade e a necessária coragem e persistência ao seguir seus próprios princípios e escolher os seus caminhos pelo que se apresenta como o melhor para seus assistidos, que se entregam de corpo e alma, em troca de confortável segurança e melhores resultados na condução do seu tratamento.
Quando uma terapêutica é bem sucedida, eticamente, não cabe ignorá-la, mas sim discuti-la e procurar-se – com maior razão – explicar o seu mecanismo de ação, principalmente quando a mesma contraria os conceitos ortodoxos vigentes.
As atitudes de indiferença, tentativas de boicote, marginalização e desinteresse intencional, não esfriaram nosso entusiasmo e, pelo contrário, produziram manifestações anteriormente publicadas e são responsáveis agora pelo presente livro, que tem a finalidade precípua de informar, instruir e transmitir a nossa verdade e experiência clínica em benefício do coronário e ao alcance de todos os esculápios e seguidores de Hipócrates que se realizam no medicar porque a Medicina, neste particular, tem recursos medicamentosos muito simples que se destinam à preservação da saúde e garantia de vida longa e normal.
O coronário, por decisão própria, deve ter o direito de escolher o seu próprio caminho, após ser informado de que a clínica já representa uma opção terapêutica capaz de oferecer mais baixos índices de mortalidade, com sobrevida mais longa que as cirurgias de ponte de safena e anastomose de mamárias, paliativas, repetitivas e competitivas com a clínica.
Editora Ícone, 1991 Tel: (011) 3392-7771
|