Instituto de Combate ao Enfarte do Miocárdio
Avaliação Negativa da Revascularização Transmiocardica Através do Laser
Em editorial do New England Journal of Medicine de 30 de setembro de 1999 (Vol. 341, No 14), foi apresentada uma avaliação dos resultados obtidos por 3 estudos comparativos da Revascularização Transmiocardica à Laser com o tratamento médico convencional em pacientes com angina severa.
Nos 3 estudos avaliados (2 realizados nos E.U.A e 1 no Reino Unido) não houve melhoria na freqüência e severidade da angina depois da revascularização miocárdica. Neles os pacientes foram eleitos para alistamento somente se tivessem angina severa e limitadora de atividade, a despeito de terapia médica anti-angina agressiva, e somente se a ponte de safena e revascularização percutânea fossem consideradas impossíveis.
Infelizmente, segundo o editorial, existe pouca evidência objetiva que os resultados da revascularização transmiocárdica seja superior ao tratamento médico em pacientes com angina severa.
Em nenhum dos 3 estudos avaliados a revascularização transmiocárdica foi associada com uma melhoria na função sistólica ventricular ou sobrevida após um ano.
A revascularização transmiocárdica também não é um procedimento livre de riscos. Nos estudos iniciais a mortalidade perioperatória foi de 10 a 20% e foi ainda mais alta entre pacientes com depressão severa nas frações de ejeção ventricular esquerda, enfarte do miocárdio recente ou angina instável.
Quando tais pacientes foram excluídos a mortalidade perioperatória foi de cerca de 5%. A morbidade perioperatória é considerável: 32 a 68% dos pacientes tiveram pelo menos uma complicação (enfarte do miocárdio não fatal, insuficiência cardíaca congestiva, arritmia, infecção respiratória ou do ferimento provocado pela operação)
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