Instituto de Combate ao Enfarte do Miocárdio

 


 

 

Publicado na Ars Cvrandi, V 35, Nº 7, 2002

 

Efeitos do Cardiotônico + Dilatador Coronário na Coronário-Miocardiopatia Crônica Estável, Com e Sem Enfarte Prévio, A Longo Prazo

 

Quintiliano H. de Mesquita*, Cláudio A. S. Baptista**, Sóstenes V. Kerbrie**, Sônia Mendonça Mari**, Maria Consuelo B. M. Grossi**, José Monteiro**

 

* Professor Honorário da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Paraíba; Fundador e Chefe do Instituto de Angiocardiologia do Hospital Matarazzo e Casas de Saúde Matarazzo, 1945-1979; Fundador e Diretor Executivo do Instituto de Combate ao Enfarte do Miocárdio, 1999-2000; São Paulo - SP.

** Médicos Assistentes do Instituto de Angiocardiologia do Hospital Matarazzo e Casas de Saúde Matarazzo.

 

Sumário

 

Objetivo

Divulgação da conduta terapêutica recomendada pela Teoria Miogênica: cardiotônico + dilatador coronário na coronário-miocardiopatia crônica estável, com e sem enfarte prévio, a longo prazo, complementando os efeitos benéficos e protetores da circulação coronária colateral frente as severas obstruções coronárias; tendo como objetivo a correção do estado de deficiência contrátil regional do miocárdio isquêmico e a preservação do inotropismo miocárdico, como prevenção da angina instável, enfarte miocárdico, insuficiência cardíaca e graves arritmias que levam a morte súbita. 

 

Casuística e Método

Os casos foram divididos em 2 grupos: sem enfarte prévio (Grupo 1) e com enfarte prévio (Grupo 2); tratados em 2 períodos diferentes: 1972-79, no Ambulatório do Hospital (G1 = 475 pts.; G2 = 562 pts.) e de 1972-89, em Clínica Privada (G1 = 684 pts.; G2 = 114 pts.); constituídos por indivíduos de níveis cultural e sócio-econômico diferentes. A terapêutica de manutenção era administrada ininterruptamente e em igualdade para ambos Grupos: cardiotônico representado pela Proscilaridina-A ou Digital, em doses médias (VO) associado a dilatador coronário antagonista do cálcio: Verapamil, Prenilamina, Nifedipina, Fendilina e Diltiazem (VO).  

 

Resultados

Os 2 Grupos, assim tratados, caracterizaram-se pela estabilidade sintomática e miocárdica, como estado permanente, embora representativos de diferentes condições clínicas, do ponto de vista evolutivo, sendo o Grupo 2 tido como estruturalmente mais avançado; ficou patente que ambos se beneficiaram com o tratamento, como se pode comprovar através dos índices de Morbidade e Mortalidade reduzidos, especialmente pelos valores das médias anuais; merecendo destaque, portanto, as baixas incidências da angina instável, enfarte do miocárdio e insuficiência cardíaca, que passaram a ser consideradas como raras e acidentais complicações; perdendo o significado, comumente admitido de estágios sucessivos e obrigatórios, na evolução dos casos entregues à própria sorte.  

 

Conclusão

A terapêutica, assim praticada, tem lhe sido creditados os resultados alcançados e, particularmente, ao imprescindível papel do cardiotônico, através dos seguintes efeitos: neutralizar o efeito inotrópico negativo da isquemia miocárdica; corrigir o estado de deficiência contrátil regional; anular o confronto intersegmentar miocárdico ou desarmonia patológica, constatada em casos de uma só coronária afetada; através do nivelamento do tônus nas regiões miocárdicas isquêmicas e não isquêmicas; preservar a função cardíaca e garantir a estabilidade sintomática e miocárdica, também, nos casos de 2 e 3 coronárias afetadas e até completamente obstruídas, mas com aparente harmonia patológica, sem registros de graves complicações, provavelmente devido à complementação pela circulação coronária colateral; propiciar vida útil, normal, produtiva e assintomática, dentro dos parâmetros de cada caso.  

 

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